Hoje eu venho trazer um texto muuuuito especial, que adorei fazer e espero que vocês gostem tanto quanto eu. É uma entrevista com o autor Eduardo Reghim!
Eduardo é autor do livro O Andarilho e do conto Dias Sombrios, da antologia Éramos Livres (resenha aqui). Recentemente eu li O Andarilho e como o autor é bem presente nas redes sociais, eu não podia deixar essa oportunidade passar, rs.
Nós tivemos uma conversa muito interessante. Se você gosta de leitura (ou de escrita), com certeza vai gostar. Acompanhe até o final para ficar por dentro das novidades!
💬 Primeiro, pra gente te conhecer melhor, eu queria saber por que você se tornou escritor.
Primeiramente é um prazer e também uma honra estar sendo entrevistado pelo blog.
Bom, desde a adolescência flerto com a escrita. No início dos anos noventa (90), por admiração às composições de Renato Russo e também de Raul Seixas, enveredei no mundo da poesia, escrevia poesia imaginando que culminariam em composições, mas quis o destino que não vingasse, rs. Depois de uma longa pausa, por incentivo de minha mulher, no final de 2014, iniciei O Andarilho, que a princípio se chamava Caminhos da vida.
Em suma, posso afirmar que me tornei escritor por amor à escrita e por incentivo de minha mulher, que adora meus escritos, mesmo não sendo uma ávida leitora.
💬 Para os aspirantes a escritores de plantão, conta um pouquinho sobre o seu processo de escrita. O que te inspira? O que te deixa focado para escrever?
Tudo me serve de inspiração, alegria, melancolia, euforia, a Natureza, os ambientes em que vivo e, ou visito. Até mesmo as séries, as músicas e os filmes que vejo, além, claro da própria literatura.
Quanto ao processo da escrita em si, não possuo uma rotina detalhada, aquela de escrever um número de palavras por dia, ou mesmo capítulos. Deixo fluir, por vezes escrevo uma linha, por outras escrevo um, ou dois capítulos numa manhã, vai muito da disposição, ou inspiração. A única repetição que faço com mais frequência é o habito de escrever mais à noite, madrugada e principalmente aos finais de semana, onde dedico um tempo maior para a escrita.
💬 Aqui no blog, eu gosto de incentivar a leitura para quem ainda não tem esse hábito. Qual foi o livro mais marcante que você leu e recomenda para esse público?
Gosto de todo tipo de literatura, não faço muita distinção de gênero, leio obras eróticas, fantasia, drama, clássicos, HQ, enfim, uma miscelânea.
Um livro que me debutou para o mundo literário e me deixou pasmo pela descrição onisciente, descrevendo de forma emocionante a triste história foi Vidas Secas do grande Graciliano Ramos. Gosto muito do Machado, Oscar Wilde, Bram Stoker, Jane Austen e outros tantos por aí.
Além, claro, de Vidas Secas e os demais citados, recomendo a leitura de autores e autoras nacionais, só para ter uma ideia, neste ano que já vai se encaminhando para o final, só li nacionais, a maioria não é tão conhecida do público. Lembro que aprecio a literatura estrangeira também, nada contra, mas os nacionais estão muito bem, vale a pena garimpar pelos blogs, canais de divulgação, tem muita gente talentosa por aí.
💬 Com certeza! Cada apoio já ajuda muito. E, falando em livros nacionais, conta um pouquinho (sem spoilers) sobre o seu livro O Andarilho.
O Andarilho é meu primeiro trabalho solo, trata-se de um romance um tanto diferente do habitual, a obra tem uma essência particular e raramente encontrada na literatura. Narrado entre o presente e o passado, de forma poética e cadenciada, apresenta um protagonista sombrio e misterioso, além de contar com um final surpreendente, o famoso plot twist (reviravolta). Detalhe, ninguém até o momento conseguiu decifrar este final, acho que é um grande desafio.
Em uma breve sinopse:
O Andarilho conta a história de Stefano, um homem de meia idade caminhando ao final de tarde à beira de uma praia. Enquanto, melancolicamente admirava o ocaso, um fragmento de seu passado esbarra em si. É Mariane, uma linda mulher, que naquele momento está em apuros e só ele poderia ajudá-la. Fato curioso deste encontro é a absurda semelhança física de Mariane com o grande amor do seu passado, além de ainda possuir o mesmo nome.
A partir deste encontro a vida de Stefano sofre uma guinada, saindo da melancolia provocada por terríveis e inconfessáveis acontecimentos do passado, para a esperança de dias melhores, mas para isso acontecer uma reparação será exigida…
💬 Tanto em O Andarilho quanto em Dias Sombrios, a questão dos moradores de rua aparece bastante. Você tem algum motivo específico para isso ou é “só” uma inspiração?
Não sei exatamente qual seria a melhor definição sobre essa questão. No conto Dias Sombrios, da antologia Éramos livres, quis relatar a visão que essas pessoas teriam sobre o que se passava naqueles primeiros dias da pandemia, uma vez que pouco se falou sobre eles, creio que a pandemia os tornaram ainda mais invisíveis. (clique aqui para conferir a opinião do blog sobre o livro)
Já em O Andarilho, fui mais a fundo. Por muitas vezes ouço pessoas dizerem que morador de rua é um sujeito preguiçoso, ou usando um termo mais chulo, “vagabundo”. Sinceramente não acredito nisso, não concebo a ideia de alguém, simplesmente e apenas por vontade própria decidir ir para as ruas e por lá se estabelecer de forma tão precária e humilhante. Creio que sempre há uma história por trás de tudo isso, um acontecimento trágico, vícios e outros tantos fatores possíveis que culminam nessa situação e às vezes, preferimos julgar pelo lado mais fácil, evitando assim se comprometer com a situação degradante em que vivem estes seres humanos. Sem contar ainda que pela trajetória do protagonista, essa caracterização veio a calhar, daria um excelente pano de fundo para o enredo de todo este drama, além de se encaixar de forma um tanto velada a parte mística da história.
💬 Além de O Andarilho, quais outros livros você tem publicados (ou pretende publicar)?
Como citado acima, tenho participação na antologia ÉRAMOS LIVRES; com o conto Dias Sombrios, este conto está disponível dentro desta maravilhosa antologia, somente em e-book na Amazon. Detalhe interessante da obra é que além da agradável leitura, o projeto tem como objetivo arrecadar fundos para um hospital no Paraná, Estado natal do organizador, Fabiano Jucá (saiba mais clicando aqui).
Outro trabalho, que também é fruto de uma antologia, é o conto Viagem Indigesta, da antologia O VAZIO, editora Illuminare. Este trabalho só esta disponível em físico e, com edição limitada, o tema abordado é a depressão, onde me inspirei em fatos reais para construir a história. Lembro que possuo exemplares comigo.
Por último, possuo três contos no PROJETO PAVOR&CIA, da editora Leia Livros. O tema é terror, gênero o qual me identifiquei bastante, só há um único exemplar disponível comigo. Os títulos de minhas historias são: O acerto, O fruto proibido e Sombras noturnas.
Para futuros lançamentos, tenho em andamento o romance A era dos bárbaros, este trabalho abordará de modo um tanto distópico, acontecimentos do dia a dia, tendo como pano de fundo o medo que as pessoas têm da própria vida e de suas reviravoltas. Estou a concluir um livro de poesias, ainda sem titulo, com o intuito de concorrer numa seletiva da editora Leia Livros, agora em novembro. Caso não vença, publicarei em e-book, rs. Há outros projetos, como uma coletânea solo de terror, outros romances, porém ainda estão no limbo da memória, esperando amadurecer a imaginação para eles, rs.
Quem desejar me seguir, pode me encontrar no instragram @eduardoreghim e pelo facebook na mesma denominação. Minha obra principal, O Andarilho, encontra-se na Amazon (compre aqui) e editora Busca Sentido, lembrando que ainda possuo alguns exemplares, os quais será um grande prazer e honra autografá-los.
E aí, gostou da conversa de hoje? Queria agradecer mais uma vez ao autor pela disponibilidade e pela participação! Me conta aí nos comentários o que você mais gostou!
PS: se eu fosse você, já corria pra seguir o autor e ler as obras dele que são simplesmente emocionantes!
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